quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Banheiros

Eu gosto de banheiros. É uma mania estranha, eu sei. Quando vou a lugares diferentes, me seguro para não ir logo ver o banheiro ou o toalette, se acharem o nome "banheiro" agressivo. Eu não o acho. Considero um nome normal. Mas voltando a minha afeição por banheiros, quando conheço locais novos, só fico à vontade depois que peço licença aos que me acompanham e vou ver o banheiro.
Estabeleci quatro quesitos de análise: decoração, espaço, limpeza e arrumação. E conceitos de 0 a 10. Depois que faço isso, aí sim, fico sossegada e pronta para curtir mais uma noite.
Faço isso também na casa das pessoas em que visito. Gosto de ver como as pessoas montam o banheiro delas, dá pra ver a importância ou relaxamento que dão para o banheiro. Mas não sou uma crítica chata, se não gostar, não quero mais usá-lo, não é assim. Gosto de banheiros, simplesmente.Eu demoro em tudo que dá pra fazer dentro deles.E principalmente no banho, gosto de encostar minha bochecha na parede fria, com a água quente e assim sentir ela escorrer por minhas costas e depois também ver o vapor da água. Faço isso sempre antes de dormir para relaxar.
Não sou arquiteta e tampouco entendo de decoração, mas já sei exatamente como quero um banheiro, quando puder tê-lo só para mim.

Manuscrever

Perdi o jeito. Não consigo mais compreender a minha letra. Adaptei-me até demais a digitar, a escrever em computadores de todos os tipos e esqueci de verdade como é manuscrever. Por pura falta de hábito. Não reconheço mais a minha letra O e nem a minha letra C maiúsculas.Fico triste, porque esforcei-me tanto para aprender a escrever, e depois para tornar a minha letra bonita. Dá-lhe cadernos e mais cadernos de caligrafia, dia e noite ditado proferido por minha mãe e mais tarde foram as cartinhas de amor para a Naza, tornei-me cúmplice de uma história de amor arrebatadora por causa da minha letra. E agora, torno-me refém do teclado do meu notebook. Quanta pós-modernidade. Pós-modernidade essa que retirou-me a minha caligrafia bonita e sentimental, por uma digitação high tech e fria.
Daqui alguns anos, não conseguirei escrever mais nada de próprio punho. Ainda não consegui pensar em um jeito de resolver essa questão, quero a minha letra bonita de volta. Quero retornar a manuscrever.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Inchaço

Sinto-me inchada.Também, no sentido mais literal da palavra inchaço. Por outro lado, é um inchaço do tipo que aparentemente preenche-se os espaços vazios, mantém-se ocupado, tem uma utilidade, uma razão de ser. Na verdade mesmo, não passa de um preenchimento vazio, um preenchimento com objetivos que prioritariamente deveriam ser práticos, porém, terminam na beira do mar, não conseguem avançar e nem facilitam a real meta e sonho que tanto busco para minha vida.

É quase "um nadar, nadar e morrer na praia", um esforço sem reconhecimento nenhum. Não o reconhecimento dos outros, mas um reconhecimento próprio. Às vezes acho que preciso continuar com esse inchaço para preparar o meu futuro. Outras, acho que preciso ligar o "foda-se" e fazer o que realmente quero, aliviar de vez esse inchaço, que dia a dia causa-me falta de ar.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Na minha parede

Há tempos, penso em escrever na parede ao lado da minha cama com tinta preta, "Transgredir é viver". Não que eu tenha ficado maluca, e se o tivesse, esse ato não faria mal a ninguém. Ainda não tive coragem, mas tenho muita vontade. O sentido de transgredir a que me refiro não é de rebelar-se, é de permitir-se. Permitir-se viver, sem rancores, sem ódios, sem impaciência, sem pressa. É, ver o lado positivo da vida. É sentir-se livre em meio a individualidade e ao corre-corre do dia-a-dia. É vestir uma blusa de alcinha sem se importar com o braço gordo, é colocar um short sem se importar com as varizes, celulites... é voltar a andar de bicicleta, meio desajeitada, vítima da pouca prática, depois de anos sem tocar na "magrela". É rir da situação, "acima do peso" e tentar revertê-la. É virar a página. Reerguer a cabeça contra a ingratidão, contra uma amizade sem consideração, contra uma decepção.

Depois de todos esses significados que nem eu mesma sabia. Vou escrever a frase em outro domingo feliz, igual a esse.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Meu nome não é Lídia e nem Lívia.

É Lígia. L-Í-G-I-A. Com acento.

Tema de música cantada por Tom Jobim.

Diz alguma coisa?

Por que é tão difícil compreender o meu nome? Nem é difícil de pronunciar ou eu tenho língua presa?!

Vou desenhar e soletrar da próxima vez para ficar mais fácil.

Momento: Estressada porque a maioria das pessoas não entendem o meu nome. O meu sobrenome, então.... é melhor nem comentar. Ou pode ser TPM mesmo.

domingo, 10 de outubro de 2010

Uma brisa de nostalgia

O silêncio, às vezes, é ensurdecedor. Escolhi ser/estar assim. Não aguento mais minhas lamentações. Fiz tudo o que acho certo, pelo menos posso falar que não me arrependo de nada. Não constava no meu script passar por isso. Tenho dificuldade em ficar em silêncio, sozinha. É muito difícil. Aprendi a gostar mais de mim, até tenho me dado bastante presentes esses tempos. Fico feliz por reconhecer que sou uma pessoa boa e até um pouco atraente. Considero uma vitória, quase terapêutica, porque antes só me arrumava para os outros, me achava horrorosa e não aguentava ficar um minuto só comigo mesma.
Tenho pressa para essa angústia do "como será minha vida daqui uns cinco anos?" acabar. Ela me corrói por dentro, fragiliza e depois engessa de uma tal forma que é difícil quebrar, principalmente o silêncio.
Só não queria flutuar tanto na brisa do vento e acabar não encontrando nada. Um sentido pra vida, algo além de colecionar dinheiro.
Ando obcecada, confesso, ando pensando muito em como será minha vida no futuro. Talvez, seja uma fase ou como diz meu pai: você é muito jovem ainda, vai passar por muita coisa, não sofra por antecipação.
Eu sei que ainda vou passar por muita coisa, só que, não sei se outras pessoas tem isso, mas eu tenho medo de não conseguir fazer tudo o que sonho antes de morrer. Por exemplo, se eu deixasse de existir amanhã, não estaria completamente feliz. E quando eu morrer, quero estar totalmente feliz e ter plena consciência que a minha vida valeu a pena pra mim e para muita gente. Ou simplesmente, eu podia parar de me preocupar muito com tudo, acalmar essa mente e apenas dormir. Amanhã, amanhã é outro dia, lady.

sábado, 9 de outubro de 2010

8 propostas para fazer um filme de sucesso

1- Ter uma história de amor. Qualquer. E se possível com atores lindos, talentosos e em voga.
2- Ser baseado em livro. Aqueles de auto-ajuda ou de ficção científica servem. Eis aí, Crepúsculo para não me deixar mentir.
3- Relacionamentos amorosos que não dão certo, como levar uma vida simples, encontrar Deus, ser ecologicamente correto e ajudar os outros é a tendência.
4- Bordões, frases de efeito e uma trilha sonora impregnante (daquelas que você fica cantarolando as músicas do filme por dias, e às vezes, chega até a baixá-las e colocá-las no seu mp3 ou ipod, como preferir). Esses elementos são infalíveis. A facilidade de pegá-los e imitá-los é óbvia. Depois do filme, vai ter gente tuitando, colocando no status do Orkut, Facebook ou msn a frase que mais achou interessante no filme. E geralmente, esses bordões ou frases de efeito são ditas no início e no final do filme, para mostrar que a obra foi bem elaborada e teve um desfecho memorável.
5-Tensões na maior parte do filme e no final, o "felizes para sempre" e você sai da sala de cinema com aquela pontinha de inveja e pensando: "Isso podia acontecer comigo, né? Mas, claro, sem o ator, sem aquelas viagens porque não tenho dinheiro o suficiente, mas acho que podia acontecer comigo."
6-Filme bom, protagonista é rico, não trabalha, viaja, sai, bebe e come bastante (em todos os sentidos que vossa imaginação puder percorrer).
7- E sempre, mas sempre, deixa uma lição de moral para você, mesmo que nas entrelinhas, mas tem a tal lição de moral.
8- E tem que fazer as moças chorarem um pouquinho. E pronto, sucesso de bilheteria! Já podemos reverenciar o mais novo e queridinho cineasta, ah, vai, tudo bem, não tão bom, quanto Tarantino, Allen, Bertolucci, mas... todo mundo vai querer ver o seu filme, da tiazinha do café ao médico ou pesquisador renomado. Pode apostar?!

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Adelante

"Hoje vejo as coisas, diferentes do que vi. Meu ritmo conheço e ando mais sem medo. Duvidei de mim. Tanto quase me perdi. Vou adiante.O amanhã chega agora. Plus vivant que l´amour."

Luiza Possi - Música: Vou adiante


"Estoy aquí de paso. Yo soy un pasajero.No quiero llevarme nada e usar el mundo de cenicero.Estoy aquí sin nombre, sin saber mi paradero. (....) Hay, gente que es de un lugar, no es mi caso. Yo estoy aquí...De paso."

Jorge Drexler - Música: Tres mil millones de latidos

"Save your sermons for someone that's afraid to love. If you knew what I feel then you couldn't be so sure. I'll be right here lying in the hands of God."


Dave Matthews Band - Música: Lying in the hands of God.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Futura coleção de textos

O som da buzina intermitente. Conversas desconexas. A salada custou tanto, o troco é tanto. Som de salto alto. Cheiro de perfume feminino. Cheiro de perfume masculino. Diversidade. Emos. Indies. Gays. Lésbicas. Adolescentes. Senhoras. Cachorro que faz companhia para o dono, o mendigo, ambos enrolados no mesmo cobertor de lã. Esmola no metrô e ninguém dá.Gente correndo em escada rolante. Multidão esbarrando na gente. Vuco, vuco. Fumaça. Tempo frio e nublado. Homens de terno. Mulheres de saia e meia calça. Coque no cabelo. Lenço.Táxis. Semáforo. Correria.

Tudo isso é gente que coleciona dinheiro. Quero colecionar também. Mas, de verdade, prefiro, textos.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Rala, fia!

Já sabia o que queria fazer pelo "resto da vida" no 1º ano do Ensino Médio. As opções eram Jornalismo ou Medicina Veterinária, mas escolhi a primeira alternativa, depois de fazer vários testes vocacionais na internet, até fui ao psicólogo da escola. É, sou neurada desde sempre. No primeiro ano da faculdade, já saquei que queria dar aula, tornar os artigos científicos mais "cools". As pessoas confundem escrever difícil, de modo prolixo com ser inteligente. Um texto bem arrendondado, com argumentos estruturados e um repertório rico, pode ter um ritmo legal e ser fácil de ler e compreendido, principalmente quando se escreve com simplicidade, ainda mais para uma classe repleta de futuros jornalistas, que precisam se comunicar- leia-se entender os textos!-.
Depois percebi que não queria me afastar do mercado, porém também não queria as redações, depois da experiência de ter trabalhado em uma redação de televisão.Aí, descobri o mercado web e digo que "estou namorando" com ele. E iniciando minha carreira acadêmica a conta gotas, resolvi fazer primeiro uma pós, para depois fazer o mestrado. E daqui uns cinco anos, pretendo está nas salas de aulas e ainda no mercado dos "social medias".
É isso? A minha vida vai ser essa? É isso mesmo? Às vezes, gostaria de ter muitas incertezas e ficar um tempo sem saber para onde ir, viajar pelo mundo inteiro, aprender diversos idiomas e depois pensar no que fazer da vida. Ou só estudar, sem ter essa pressão de ir trabalhar todo dia, porque todo trabalho é alienante e repressor, pode ser o trabalho mais legal do planeta, mas ele tem um percentual alienante e em alguns casos ditatoriais."Somos podados".

Ei, psiu

Desce daí.... o chão é bem aqui. Muito legal, quem tem essa oportunidade de correr o mundo e depois pensar no que fazer da vida. Mas, desculpa, dona Lígia, você não vive nesse mundo, você não tem dinheiro e nem seus pais. Portanto, tem que ralar, trabalhar, estudar, estudar francês... e se virar nas 24 horas do dia, menos as 9 ou 10 horas dedicadas ao trabalho para se focar aos estudos. E ainda por cima, descolar um tempinho para você, ter que parecer linda no final de semana para a balada e fingir que você tem uma vida social. Mesmo que seja bem fajutinha.

Fase da vida: Rala, fia, rala. Esquece que tens vida social e que precisa de um relacionamento amoroso. Só, rala, fia!

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Profissional X Pessoal - um desabafo

Dá para ser totalmente profissional no trabalho? Dá para ser totalmente "pessoal" nas horas vagas, nos finais de semana ou nas férias?
Para algumas profissiões, no meu caso, o jornalismo. Em determinados segmentos da área de comunicação, o trabalho e o entretenimento confundem-se, principalmente, na área de web, os chamados "analistas de mídia social" -as nomenclaturas são bem criativas.
Esses profissionais utilizam as ferramentas das redes sociais, como Twitter, blogs, Orkut, Facebook, Youtube, Blip.fm, etc - em um primeiro contato são vistas somente para uso do lazer, do entretenimento, mas pasmem, as redes sociais podem e já são bem mais que isso, são suportes de monitoramento e estratégia de comunicação-. Ao mesmo tempo, também usam os emails pessoais, hotmail e gmail, para fins de trabalho ou não.
A questão é, quem afinal, fica 24 horas trabalhando direto, sem virar o rosto e falar com o colega do lado, conversar com os amigos que moram perto ou longe, com a família, em uma época em que a a convergência das mídias está muito avançada.
Como dizem, muitas revistas semanais, "SOMOS A GERAÇÃO Y" - que adoram criar rótulos e categorias, como se isso fosse ajudar os leitores a entender melhor sobre determinado assunto.
As empresas, de um modo geral, sem querer focar somente as empresas de comunicação, tendem a retroceder quando bloqueiam para seus funcionários o acesso as redes sociais e a checagem de emails pessoais. Tudo bem, tem gente que alopra, esquece do trabalho e se distrai, mas que tal as empresas criarem um manual de uso, para que essas pessoas sem noção nenhuma da realidade tomem juízo e amenizem no uso das redes sociais.
As pessoas, os funcionários precisam saber como utilizar da melhor maneira possível as redes sociais, mas para isso, eles precisam ser orientados pela empresa, já que como todos sabemos, as empresas tem seu "DNA" e seus donos, portanto, os funcionários precisam obedecer um certo padrão. Não adianta a empresa bancar a mãe raivosa e proibir de vez o acesso a tudo e deixar os empregados abitolados no trabalho, porque dessa forma, as pessoas vão ficar desmotivadas e o resultado do trabalho, talvez, não será tão bom, como poderia ser, se a criatividade fosse incentivada com a liberdade de passear pela internet sem restrição. Exceto, para os workalic de plantão, os únicos beneficiados.
Já era o tempo do chicote e da escravidão. Agora é a era da comunicação, da liberdade de acesso à internet e de expressão. Enquanto, os patrões e as empresas não visualizarem isso, sempre haverá um embate, entre empregador e empregado, mercado e universidade. O certo seria ambos se complementarem e não, divergirem.

domingo, 26 de setembro de 2010

(In) Capacidades

Abrir sachês de catchup e tampa da garrafa de H2O,
Fazer qualquer tipo de artesanato, qualquer coisa que tenha habilidade manual, exceto escrever,
Ousar,
Usar roupas mais decotadas ou que mostre às pernas,
Inovar,
Esquecer barbaridades, dificuldade de falar a palavra NÃO,
Sacrificar-se pelo outro,
Dobrar edredons e lençóis,
Cozinhar sem se queimar,
Andar sem tropeçar,
Encantar-se facilmente,
Ficar tranquila sozinha em um elevador ou no escuro,
Sair sozinha,
Cantarolar músicas de qualidade duvidosa,
Abordar cães pelas ruas, sem importar-se com o dono dos bichinhos,
Ceder lugar para idosos ou grávidas no ônibus, mesmo quando a pessoa não é idosa ou está grávida,
Ímã para pessoas folgadas e intrometidas,
Dificuldade com a casualidade,
Sem conseguir dormir e relaxar,
Não se estressar, principalmente com as pessoas e ainda mais em um ônibus lotado,
Lavar roupa sem esfolar os dedos,
Pintar as próprias unhas,
Tomar comprimidos, dissolvê-los,
Adorar beber, mas ter que beber pouco, porque o organismo não aguenta tanto álcool,
Resistir aos cigarros pelas ruas e em festas,
Controlar a emoção, a saudade,
Escolher o grande amor da minha vida,
Assustar as pessoas quando digo que não quero ter filhos e nem casar com toda pompa e circunstância numa igreja,

(....)

Não dá para concluir, porque a minha vida ainda não acabou. E nem sei, se um dia vou terminar de escrever esse texto. Pelo menos, o esboço já está pronto.

Essa cidade

Essa cidade que engole,
Arrasa, arrasta, aproxima, afasta,
Essa cidade que invade,
descentraliza, desvirtua, desorienta, desconcentra
Essa cidade que perde,
objetivos, obsessões, obviedades, obscuridade
Essa cidade que vislumbra,
enlouquece, embarca, estrutura, esvazia
Essa cidade, essa cidade, essa cidade...

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

A Vergonha

Minhas bochechas coraram, quis me esconder à todo custo, imitar o costume do avestruz: enfiar a cabeça no buraco. Senti-me novamente uma menina, ingênua nem tanto, porque a idade não mais permite. Um sentimento puro, ou quase intacto. No verbo ser - É uma vergonha.- ganha um sentido pejorativo, tem o significado do que é feio, algo que não pode ser econtrado. Já no verbo estar e ter - Está / Tem (com) vergonha.- já é inocente, um estado de espírito.
O certo é que estar ou ter vergonha não é motivo de derrota ou fraqueza. É simplesmente, humano. E até aquela pessoa mais forte e "carrancuda" também tem, mas não expõe. É segredo.

Em homenagem ao dia 14 de setembro. Em homenagem à você

Pai,

Quero te pedir desculpas, por todas às vezes que disse que eras um pai ausente, não fazia questão de ficar com os filhos e só vivia para trabalhar. Eu entendo a tua posição, é mesmo muito difícil a responsabilidade de sustentar uma casa, com mulher e três filhos. Não é fácil mesmo, quantas vezes deves ter dormido preocupado, pensando se o dinheiro vai dar para pagar aquelas dívidas, comprar aquelas coisas que filha nº1 pediu, como me chamas, comprar para os filhos nº 2 e 3, aquele videogame tão desejado por eles e aquela joia sonhada para patroa.
E em tempos de vacas magras, lá em Tucuruí, com certeza deve ter sido o pior período das nossas vidas. Mas, eu nem percebi. Se vocês não tivessem me contado, anos mais tarde, como foi aquela época, nem desconfiaria.
Também, gostaria de retirar todas as minhas mágoas e resolver de uma vez por todas as picuinhas mal resolvidas entre nós. Tá, eu sempre me ressenti por não teres me ensinado a andar de bicicleta e depois a dirigir. Todas as meninas aprendiam essas coisas com seus pais. Você nunca podia, mas mesmo assim, incentivava e ficava com aquele semblante cheio de orgulho, quando me via pedalando ou dirigindo, aquela mesma feição de quando te despediste de mim naquele dia no aeroporto e meio desconcertado e convenhamos meio brega, soltou "Minha pombinha gordinha alçou o primeiro voo pra longe de mim".
Na verdade, pai, o que estou tentando te dizer é que você esteve presente nesses momentos da minha vida sim. De algum modo, com as suas palavras e atitudes. Nunca me esqueço do que falas ou escreves para mim. Eu sei que lá no fundo isso te magoava, mas eu estou escrevendo agora, que é mais forte do que falar, para esqueceres isso.
Fique tranquilo, fizeste tudo certo, eu que era imatura o suficiente e não enxergava e muito menos entendia tudo que fizeste e ainda faz por mim. E nem por isso, perdeste o posto de meu heroi e claro, meu exemplo.
Por causa de ti, não acho que ser honesto, bom caráter, íntegro, digno seja um defeito, tá certo, que as pessoas confundem tudo isso, com uma pessoa otária e ingênua. Mas, pai, não deixe que esse mundão aqui, te desvirtue,continue assim, essa pessoa íntegra e cheia de bondade no coração, é muito raro encontrar gente como você aqui no mundo.
Fico muito feliz, quando as pessoas dizem que me pareço com você, tanto fisicamente como emocionalmente. Já estamos cansados de saber disso, né, que somos muito parecidos. Mas é verdade, a Elis Regina estava certíssima mesmo, em "Como nossos pais", tem certas atitudes que não mudam mesmo. E quer saber, nem quero que mudem. Não sei, pai, se tenho a mesma integridade e inteligência que tens, mas estou me esforçando e caminhando para seguir os teus passos. Na humildade, sempre, como dizes pra gente, os teus filhos.
Hoje, pai, não está sendo um dia fácil para mim. Ficar longe de ti, no dia do teu aniversário é muito pior do que não escutar as tuas piadinhas infâmes de todas as noites "Pop filha, aqui está o seu pop pai" e o "Comporte-se e não se suje" que eu tanto odiava, porque sempre falavas imitando o Frajola e era cuspe pra todo quanto é lado.
Mas, nostalgias à parte, queria te desejar um ótimo dia e te deixar um parabéns bem saudoso. Mais tarde, vai sair com a patroa e os gêmeos, vão lá no Xícara da Silva, o meu restaurante predileto, vou está por lá, em pensamento. Eu já sei, o que vais me dizer, que hoje não vai dar, só no final de semana. Tá, tudo bem, então, vai no sábado à noite. E não repara no meu presente, mereces muito mais. A dica é Pink Floyd, só falta saber se vais gostar.
E para fechar com chave de ouro. Meu velhinho, eu te amo muito e sonho um dia, encontrar um homem assim que nem você pra minha vida. Mas se porventura, não encontrar, vou entender a mensagem de Deus, que o primeiro homem a me amar, que é você, também será o último. E vou ficar satisfeita.
Beijos,
Da sua filha,
Lí.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Um pouco do que vi - Parte II

Admito a minha ousadia de exprimir meu ponto de vista sintético sobre os filmes que assisti recentemente. São só percepções, nada demais, estou longe de ser "a" crítica de cinema e nem tenho pretensão para tal.

O Solista

Esperava muito para ver esse filme. Perdi as sessões no Cine Estação (Belém- Estação das Docas)e não resisti quando o vi na banquinha da Rua Augusta. O filme trata-se de um repórter especial, Steve Lopez (Robert Downey Jr), do jornal Los Angeles Times que vive a procura de histórias interessantes para colocar em sua coluna. Como era muito dedicado ao trabalho, a vida pessoal era uma tragédia, pai ausente, separado da mulher, que porventura, era a chefe dele.
Certo dia, voltava do trabalho e viu um sem teto, Nathaniel Ayers (Jamie Fox, o mesmo que interpretou Ray Charles) tocando um violino divinamente e após falar com ele, notou-se que ele era muito confuso.
Com um bom faro jornalístico percebeu que estava diante de algo totalmente original e que poderia lhe render muitas vendagens de jornal e popularidade.
Detectei muitos erros no que se refere à prática e à ética jornalística. Primeiro, ele se envolve muito com o caso e depois não consegue se desvincilhar. Segundo, em nenhum momento, tenta procurar ajuda para tratar do sem teto, que era esquizofrênico. Terceiro, tenta explorar a todo custo o talento de Nathaniel, sem se importar com o bem estar dele.
Mas por outro lado, o filme mostra uma realidade dos Estados Unidos, em especial de Los Angeles, os abrigos para sem teto e toda a dinâmica deles, é até um pouco parecido com a Cracolândia daqui. Há mais de 90 mil sem teto no país. Dados estatísticos, muito importantes, quando se trata de um país conhecido por ser a super potência do mundo.
Impressões pessoais: O filme é muito bom, tem ótimas atuações. Com destaque merecido para Jamie Fox, que com licença da palavra, é um "puta" ator (não tinha uma palavra melhor, para enfatizar a minha empolgação, peço desculpas). No entanto, esperava muito mais do filme. No final fica uma dúvida no ar: será que Nathaniel terá tratamento e acompanhamento médico?

À prova de Morte - Quentin Tarantino

Esse filme, vi no cinema. Confesso que não sou fanática pelo cineasta, como costumam ser as pessoas que assistem aos filmes dele. Do Quentin Tarantino gosto muito de Bastardos Inglórios, Pulp Fiction (é sensacional e dispensa comentários)e agora À prova de morte
. E não aguento o Kill Bill parte I e muito menos a parte II, apesar de ser considerado por muita gente, como o melhor filme do cineasta, não gosto do ritmo do filme e tampouco das atuações. Uma Thruman pra mim é sofrível.
Bom, comentários "ligianos" à parte, vamos analisar o filme "À prova de Morte". No cinema, ri tanto, mais tanto, que o meu maxilar doía muito e estava adormecido quando saí de lá.
É um filme mais voltado para o que chamo de "mulherzinha", mostra dois grupos de jovens de 23 anos para cima, que tinham muito em comum e a conversa principal entre elas era a vida sexual, homens, bebidas, baladas, drogas e carreira. Até aí, parece aqueles filmes norte-americanos babacas que mostram a curtição da mulherada de short e top, regado a muita maconha e álcool. Mas, eis que aparece o Dublê Duke, um psicopata, que sai tingindo a telona com muito sangue e violência, mostrados detalhadamente sob a ótica de Quentin Tarantino. Afinal, isso é uma marca registrada dele. Um filme tosco e de terror, diz a sinopse, mas que na verdade, de terror não tem nada. Para mim é uma comédia do início ao fim.
Observação relevante: As atrizes do filme são aparentemente normais, sem aqueles corpos esculturais da maioria das estrelas de Hollywood. E isso faz com que todas nós,reles mortais e portadoras de celulite, do outro da lado da telona, nos identifiquemos com a estória contada por elas.

Plano B com Jennifer Lopez

Esse filme é, sem dúvida, o menos rico nos quesitos roteiro, atores e direção. Mas sou a favor, de ver filme sob qualquer hipótese. Esse, em particular, é aquele filme
que pode ser visto com intuito de relaxar, ir depois de um dia estressante. Também é um filme de "mulherzinha", porque a personagem da atriz e cantora Jennifer Lopez resolve ter um filho por meio de métodos não convencionais. Era uma dona de um pet shop, solteirona que havia desistido de procurar o "amor ideal". Mas quando sai da clínica de inseminação artificial, encontra o amor da vida dela. É uma típica comédia romântica, porém com texto e diálogos inteligentes.
Esse tipo de filme, não tem erro. Tem início, meio e fim. Diverte e não acrescenta nada à sua vida, exceto o fato de você ver um filme bonitinho com um ator lindo e maravilhoso, Alex O'Loughlin, e voltar para casa, suspirando, idealizando um igualzinho para você. E o mais importante de tudo, é ter consciência de que não viu "o filme", mas pelo menos limpou a vista. E assim, poderá dormir feliz.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Um pouco do que vi - Parte I

Quinta-feira à noite. Primeira vez na semana, fui direto para casa. Pensei em estudar (apesar de precisar muito, ando sem concentração e muito cansada), ler um livro, ficar na internet, enfim, não quis fazer nada disso. Fui guardar uns trocados na bolsa e lá deparei-me com dois filmes que havia comprado na quarta-feira na Rua Augusta, em São Paulo. Há muito tempo queria vê-los. "Julie & Julia" e "O Solista". Escolhi o primeiro, estava ansiosa para assisti-lo. Em algumas partes do filme, o áudio estava estourado e não havia legendas em português. Como o adquiri por meios proibitivos e paguei caro (literalmente) por isso, fiquei chateada e tentei interromper o filme e dormir com raiva do vendedor, pensando seriamente em voltar lá no dia seguinte e pedir meu dinheiro de volta.
Mas, como provavelmente, as chances de encontrá-lo de novo são quase nulas, aproveitei para treinar minha audição em inglês e diminui o volume do áudio no notebook, que melhorou um pouquinho, mas tudo bem, eu nem estava no cinema, não poderia exigir muito.
Julie & Julia, um filme baseado em uma história real, dirigido por Norah Ephron e estrelado por Meryl Streep e Amy Adams, é um filme light com um roteiro fabuloso e delicioso, trocadilho infâme, mas quem o assiste, fica com vontade de comer, mesmo se já o tivesse feito. É muito bom ressaltar que o filme é dedicado a mulheres, recém-casadas, solteiras e sem empregada. Ou para qualquer pessoa que sonha em cozinhar um dia, cozinhar divinamente, aquela comida que merece virar capa de revista culinária ou participar de um programa de televisão matinal.
A atuação de Meryl Streep, na minha opinião, foi muito caricata. Ela adotou o sotaque de uma inglesa que quer ser francesa com uma voz meiga, estridente e muito solícita, daquelas que desconfiamos muito, por ser muito boazinha, simpática com todo mundo. No meio do filme, a vontade é de estrangulá-la de tão doce e açucarada que ela se transformou. Mas, ainda assim, continua sendo a Meryl Streep, uma atriz talentosíssima.
Enquanto que a Amy Adams, que também fez o filme "Dúvida" e contracenou com Meryl Streep. No J&J, as duas não contracenam diretamente, mas conseguimos perceber que elas estão ligadas uma a outra, sem terem trocado uma palavra. Amy Adams caprichou no papel e interpretou uma mulher recém-casada de meia idade fracassada profissionalmente e que vê nos livros de culinária de Julia Child(Meryl Streep) uma razão para viver e principalmente, aprender a cozinhar. Para mim, a atriz foi uma grande surpresa, porque honestamente, não esperava muito da atuação dela, e admirei-me. Amy Adams também é uma grande atriz, e para mim, foi o destaque do filme.
As "Js" tinham maridos maravilhosos, atenciosos, companheiros, que as apoiavam incondicionalmente. Nem preciso escrever (mas já escrevendo) que só com muito exagero para os telespectadores acreditarem de verdade nisso. Não que seja impossível,ter homens assim, quase perfeitos e santos do lado de uma mulher, mas foi muito forçado e inverídico.
No entanto, mesmo com todos esses "poréns", o filme é muito bom. E no final, dá vontade de inscrever-se em um curso de culinária e permitir-se sonhar com os homens mais legais do planeta e por um lapso profundo do seu subconsciente, desejar sequer um dia, que eles estejam ao seu lado.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Conselho

Na tua próxima aventura amorosa. Esqueça as posses, as proibições e os impedimentos. Deixe a falta de compreensão e respeito de lado. Não cobre mudanças de caráter. Aliás, não mude por alguém, se quiser mudar, mude por si mesma(o). E escolha a leveza e a liberdade.

A leveza de ser quem és e a liberdade para amar do jeito que sabes, sem obrigações, neuroses e overdoses.

Amar alguém não é depender dele, não é ser propriedade dele. Isso é carência e baixa autoestima.

Amar simplesmente é amar, a essência, a pessoa do jeito que ela é, sem mais e nem menos.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

A vida sob controle, o remoto

- Já está quase na hora do Jornal Nacional. Vou ligar a TV.

Depois de alguns minutos, zapeia-se para os noticiários de outras emissoras. Até que começa a novela das oito.

-Ah, vou assistir só esse bloco da novela.

Termina a novela e começa o filme ou algum programa. E continua lá, deitada, vendo televisão.

-Ah, vou assistir só essa primeira parte, depois vou ler o meu livro.

Termina o filme ou o programa. Começa o Jornal da Globo.

-Ah, o jornal da Globo é legal, é diferente de todos os outros, tem mais análise. Vou assistir.

No intervalo - Quero ver o que vai ter no Jô.

-Ah, hoje o Jô tá fraco.

Termina o Jornal da Globo e começa o Jô.

-Ah, vou assistir só essa parte do Jô.

E quando espanta-se, começam a aparecer os créditos do programa e você lê cada nome atentamente. Relembra que precisa inscrever-se para participar da plateia do programa.

E assim, mais um dia, protelado para fazer qualquer outra coisa, que não seja ficar vidrada em frente à televisão, sendo manipulada por um grande canal de comunicação nacional, muito conhecido pelo seu poder de monopolizar.

Lição: Há vida após o controle remoto. É só não deixar-se influenciar pelo ímã sedutor da telinha.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Sem essa tal vibe verde e amarela

De longe ouvia-se os apitaços, vuvuzelas(sim, pode acreditar, até aqui no Brasil, mais especificamente, São Paulo,isso virou febre) buzinas e gritarias do tipo "Brasil, Hexacampeão, porra!". O relógio do celular marcava, 7h30 da manhã!!!! E para quem tinha dormido com muita dificuldade, às três da madruga, acordei muiiitooo de bem com a vida. Querendo sair por aí, vestida de verde e amarelo....
Sentei na cama e pensei "Inacreditável, 7h30 da manhã e o povo já está assim. Imagina na hora do jogo, eu quero morar numa bolha". E voltei a dormir, cinco minutos depois, foguetórios, vuvuzelas, gente gritando na rua, buzinas novamente. E sentei de novo na cama e pensei "Não tem jeito, vamos acordar." Acordei, mas fiquei deitada na cama, curtindo a minha preguiça.
Todas as copas que já vivenciei são assim. As pessoas se transformam, algumas viram seres irreconhecíveis e assustadores. Outros, são patriotas, agora sabem de cor o hino nacional, até levantam e põem a mão no peito esquerdo quando o escutam. Uns que viviam reclamando de como o país anda mal, que o Lula não faz nada, a partir de hoje tem orgulho de ser brasileiro. A programação da televisão é absurdamente irritante. No país, ninguém mais é assaltado, assassinado, não tem mais tráfico de drogas... todos estão juntos, bandidos e policiais, torcendo para que o Brasil ganhe o mundial, e retorne com o hexacampeonato a tiracolo.Todas as propagandas falam sobre a copa do mundo. As sacolinhas plásticas dos supermercados tem estampado, o emblema da bandeira do Brasil. Todas as lojas de vestuário e em qualquer lugar vendem camisas e bugingangas verde, amarela, azul, branca, enfim, com todas as cores da bandeira nacional. Algumas empresas encerram expediente. Órgãos públicos, acreditem, param. Amigos ligam de cinco em cinco minutos, "Ei Lígia, vem aqui, assistir o jogo com a gente, vai ter churrasco". E todo mundo, 20 milhões de pessoas que vivem em terras paulistanas tentando ao mesmo tempo, voltar pra casa, ir para casa de amigos, barzinhos, enfim, tudo para assistir o jogo de estreia do Brasil, sil, sil. E o melhor de tudo, muita gente cantando a música oficial da Copa e que é música-tema do comercial da Coca Cola "ooooo, ooooo, ooooo".
E de repente, eu me encontro nessa confusão que tem cor, verde e amarela. E sem entender, olho para os lados e continuo sem entender, o motivo de tanta histeria. De tanta loucura, de tanta alegria. Eu sei, o Brasil tem grandes chances de conseguir o hexacampeonato. Não, não sou antipatriota. Amo o meu país e sempre me orgulhei de ser brasileira. Mas não consigo enxergar motivo para que todos fiquem assim, por causa de um campeonato. Por que, em dia de eleição, não vimos pessoas vestidas de verde e amarelo? Copa do mundo, não muda vida de ninguém, exceto dos envolvidos no futebol brasileiro e mundial. Os jogadores que já recebem milhões de dólares, euros e mais moedas estrangeiras que valem muito mais que o nosso dinheiro, o real. A Fifa dá prêmios milionários para os três vencedores da Copa do Mundo, mas não sei, o que é feito desse dinheiro. Serão doados para cada brasileiro, vai para os cofres públicos? Acho que não. Então, Copa do mundo é boa para quem? Para mim, que não tenho loja, bar, hotel,operadora de celular, não sou dona da Coca Cola, não tenho uma rede de televisão, não ganho nada com isso. Então, para que, vou gastar meu mísero dinheirinho, conseguido com muito suor, para torcer pelo Brasil. Pra que?
Não estou amargurada e triste, só por não estar na mesma "vibe" de todos. E também, não sou do contra e nem quero chamar atenção por causa disso. Podem, me chamar de rabugenta, mas só não vejo motivo para enlouquecer, beber até cair e "uhu somos todos brasileiros e temos orgulho disso".
Às vezes, acho que sou extraterrestre e nesse mês, gostaria muito de morar numa bolha. Mas como isso, não é possível. Vou observando e esperando ansiosamente para que o mês de julho chegue logo, e ter a certeza que até lá, ninguém se lembre da vuvuzela, de que o presidente da África so Sul se chama Jacob Zuma e que ainda existe apartheid por lá. E tudo vai voltar ao normal, com menos histeria e sem cores verdes e amarelas pelas ruas. Vai tudo voltar a mesmice de todos os dias.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Humanidade

Ainda acredito nela,
Veemente,
Mesmo com tantos absurdos, alguns impossíveis de se imaginar.
Não é preciso falar, escrever, muito menos detalhar.
Está diante dos nossos olhos.

Triste, muito triste, ver que há pouco amor pelo próximo,
Solidariedade,
Gentilezas,
Romances, ah.... os romances estão fora de moda,
As pessoas não se permitem mais,
A pressa do trabalho está acima de tudo,
O dinheiro é tudo,

O egoísmo e o individualismo ainda dominam,
No entanto, ainda existem os incompreendidos, aqueles que se preocupam com os outros,
Sabe como eles ficam conhecidos pela maioria: os ingênuos e os otários. Por que?
Porque eles se importam,
São sensíveis e não fracos,
Pena, eles são poucos

terça-feira, 8 de junho de 2010

O amor não é ridículo

O amor por uma amizade, o amor por bichos, por livros, por música, pelo o que admira, o amor pelos pais, avós, tias, primos, primos de 2º e 3º grau, o amor de mais de sete anos de relacionamento. Definitivamente, não é ridículo. É a mais pura razão de viver, de respirar, de acordar todos os dias e saber: tenho todas essas pessoas para amar e passar o resto da vida ao lado delas.
É simplesmente, o grande barato da vida e que, na realidade, levamos conosco. O resto, como a própria palavra já se encarrega de estigmatizar, é resto e burocracia que temos que enfrentar durante a nossa existência na Terra.

Brindemos à vida e ao amor, que nada tem de ridículo.

domingo, 6 de junho de 2010

Little darling, soon soon, here comes the sun...

Nada como ouvir o meu Beatles predileto, George Harrison, cantar "Here Comes the sun", em um domingo nublado e cinzento em São Paulo. E assim, ter uma dose bem pequena de otimismo, quando se acorda um dia, meio para baixo. Quem um dia, longe da família, não acordou assim? Meio tristinho... com saudade da família e dos amigos que deixou na cidade natal, no meu caso, Belém do Pará. A Belém do Grão Pará. Essa música, por mais triste que você esteja, de repente, você se pega batendo os pés no chão e as mãos na mesa.

Um bom domingo a todos. "And, is all alright".Yes, thanks, George Harrison.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Rearfirmar é sempre bom

Esse post foi publicado aqui (sim é pra você, @medlivia), da pós que estou fazendo. O pessoal teve uma ideia muito legal de criar esse blog como meio de reunir conteúdos do curso e também para que os alunos possam escrever o que os motivaram a escolher essa pós,  a série "Os caminhos que percorri até a pós".
E eu já escrevi o meu.
Reproduzo abaixo:


Uma andarilha paraense



Gosto de desafios. Desafio, no sentido de não ter medo de arriscar, de inovar, de começar uma nova vida. E isso acontece comigo, sempre que não me sinto parte de algo, quando não estou mais satisfeita com o rumo que a minha vida está tomando. E foi pensando nisso, que resolvi, largar trabalho, amigos e família para tentar uma nova vida aqui na cidade grande, essa megalópole que assusta e encanta ao mesmo tempo.



Sou de Belém do Pará, nascida e criada às margens do rio Guamá. Para muitos, quando falo que sou de Belém, (minhas conterrâneas e colegas de classe, podem concordar ou discordar),  as pessoas se espantam, “Nossa, é longe né?” Me sinto quase, uma extraterreste recém chegada à Terra. Mas como todo bom paraense e já sabemos do desconhecimento da maioria das pessoas sobre como é a região Norte do país, até porque os governantes das bandas de lá não ajudam muito, para que o restante do país saiba que existimos. E respondo, “Sim, sou de lá, a terra das mangueiras e do calor infernal”, nunca falo sobre o Calypso, não considero um bom motivo para se orgulhar (gosto é gosto, mas eu prefiro omitir essa informação, se me permitem).



Durante toda minha vida escolar sonhava em prestar vestibular em São Paulo. Tive sempre uma boa relação com a cidade. Meu pai nasceu aqui, em São Paulo. E como apaixonado que é, sempre me contava das lembranças felizes que ele tinha da infância paulistana. E nas férias de dezembro, sempre passávamos aqui. Mas com os percursos da vida, não consegui prestar vestibular em São Paulo. Só realizei meu sonho quando passei na pós e na Usp. Eu queria ter feito meu curso de jornalismo na Usp. Mas do mesmo modo, me sinto muito realizada por estar aqui e estudando na Universidade de São Paulo.



Quando me mudei para cá, não tinha certeza se passaria na pós ou não, porque o resultado ainda não tinha saído. E isso me angustiou tanto. Porque pensava assim, larguei trabalho, amigos, família, para vir para cá, em busca de maior aprimoramento profissional, cultural e pessoal e além de tudo, uma oportunidade de emprego, para ser mais uma no meio da multidão que procura emprego. Tinha que ter pelo menos a segurança de fazer a pós, caso contrário, minha vinda para cá, não teria sentido algum.



E quando veio o resultado, a ansiedade era tanta, que não conseguia abrir o email. Tive que pedir para minha amiga ver. E depois que ela disse que tinha passado, não acreditava e fui ver o meu nome. E quando o vi, escrito direitinho, fiquei aliviada e muito feliz. Pelo menos, a primeira parte do meu desafio estava cumprida.



A segunda parte está se encaminhando. Mas o melhor mesmo, foi ter conhecido cada um de vocês. Ter reencontrado uma amiga que estudou comigo na 4ª série do Ensino Fundamental que há tempos não via. E saber que essa pós Mídia, informação e cultura, será muito mais que um aprendizado acadêmico, o que todos procuramos. E que só a diversidade de pessoas e conteúdos que encontramos na nossa sala já é uma grande aula, uma aula da vida.




quarta-feira, 26 de maio de 2010

1 em 22

Multidão


mu                   muda             mudão            mudo                               multi     multa         malta


                                                                 tudo                  tido              ti


                                            ão   dão

lota    luto         luta                 limão                                    latido     lida      lido
                                                                                                        ida       ido




                                                                                                                                              último.


                                    

Por uma mente tranquila e sem fobias

Precisava ter um lugar para externar o que se passa em minha mente. De um espaço em que possa falar abertamente sobre os meus fantasmas internos, que também, talvez, sejam os de outras pessoas. Aprendi que não é bom, guardar o que sentimos ou pensamos para si (quando bem articulado e argumentado, claro). Sou bem melhor com a escrita, do que falando. Apesar de muitos, acharem o contrário, só porque eu adoro conversar com as pessoas, conhecê-las. Isso é síndrome de jornalista que vive a procura de boas histórias para contar.
Mas aqui, vou contar as minhas estórias com os personagens que encontro pela minha vida. No trabalho, conto as estórias dessas milhares de pessoas, que todos devemos conhecer um dia.
Já tive um blog, o Ligência, mas o exclui, porque acreditei na promessa de alguém que faria um site, o qual, integraria o blog pessoal e o meu portfólio jornalístico. Mas enquanto o site não sai. Vou adiantando logo aqui, o lado pessoal, para acalmar essa mente que não pára nem nos meus sonhos e depende incondionalmente da escrita para se libertar.
E aproveito para lançar aqui, a minha campanha pessoal: Por uma mente tranquila e sem fobias.

E ainda, no texto de abertura ou apresentação do blog, revelo os meus medos: de ficar sozinha no escuro e em lugar fechado, de elevador, de me trancar em banheiro público que tenha chave giratória, de multidão, de doberman, de ser assaltada, de metrô e ônibus lotado ......
E você tem medo de que? Junte-se a mim, tenha uma mente mais tranquila e sem fobias, escrevendo. Comece, me contando do que você tem medo.