domingo, 10 de outubro de 2010

Uma brisa de nostalgia

O silêncio, às vezes, é ensurdecedor. Escolhi ser/estar assim. Não aguento mais minhas lamentações. Fiz tudo o que acho certo, pelo menos posso falar que não me arrependo de nada. Não constava no meu script passar por isso. Tenho dificuldade em ficar em silêncio, sozinha. É muito difícil. Aprendi a gostar mais de mim, até tenho me dado bastante presentes esses tempos. Fico feliz por reconhecer que sou uma pessoa boa e até um pouco atraente. Considero uma vitória, quase terapêutica, porque antes só me arrumava para os outros, me achava horrorosa e não aguentava ficar um minuto só comigo mesma.
Tenho pressa para essa angústia do "como será minha vida daqui uns cinco anos?" acabar. Ela me corrói por dentro, fragiliza e depois engessa de uma tal forma que é difícil quebrar, principalmente o silêncio.
Só não queria flutuar tanto na brisa do vento e acabar não encontrando nada. Um sentido pra vida, algo além de colecionar dinheiro.
Ando obcecada, confesso, ando pensando muito em como será minha vida no futuro. Talvez, seja uma fase ou como diz meu pai: você é muito jovem ainda, vai passar por muita coisa, não sofra por antecipação.
Eu sei que ainda vou passar por muita coisa, só que, não sei se outras pessoas tem isso, mas eu tenho medo de não conseguir fazer tudo o que sonho antes de morrer. Por exemplo, se eu deixasse de existir amanhã, não estaria completamente feliz. E quando eu morrer, quero estar totalmente feliz e ter plena consciência que a minha vida valeu a pena pra mim e para muita gente. Ou simplesmente, eu podia parar de me preocupar muito com tudo, acalmar essa mente e apenas dormir. Amanhã, amanhã é outro dia, lady.

sábado, 9 de outubro de 2010

8 propostas para fazer um filme de sucesso

1- Ter uma história de amor. Qualquer. E se possível com atores lindos, talentosos e em voga.
2- Ser baseado em livro. Aqueles de auto-ajuda ou de ficção científica servem. Eis aí, Crepúsculo para não me deixar mentir.
3- Relacionamentos amorosos que não dão certo, como levar uma vida simples, encontrar Deus, ser ecologicamente correto e ajudar os outros é a tendência.
4- Bordões, frases de efeito e uma trilha sonora impregnante (daquelas que você fica cantarolando as músicas do filme por dias, e às vezes, chega até a baixá-las e colocá-las no seu mp3 ou ipod, como preferir). Esses elementos são infalíveis. A facilidade de pegá-los e imitá-los é óbvia. Depois do filme, vai ter gente tuitando, colocando no status do Orkut, Facebook ou msn a frase que mais achou interessante no filme. E geralmente, esses bordões ou frases de efeito são ditas no início e no final do filme, para mostrar que a obra foi bem elaborada e teve um desfecho memorável.
5-Tensões na maior parte do filme e no final, o "felizes para sempre" e você sai da sala de cinema com aquela pontinha de inveja e pensando: "Isso podia acontecer comigo, né? Mas, claro, sem o ator, sem aquelas viagens porque não tenho dinheiro o suficiente, mas acho que podia acontecer comigo."
6-Filme bom, protagonista é rico, não trabalha, viaja, sai, bebe e come bastante (em todos os sentidos que vossa imaginação puder percorrer).
7- E sempre, mas sempre, deixa uma lição de moral para você, mesmo que nas entrelinhas, mas tem a tal lição de moral.
8- E tem que fazer as moças chorarem um pouquinho. E pronto, sucesso de bilheteria! Já podemos reverenciar o mais novo e queridinho cineasta, ah, vai, tudo bem, não tão bom, quanto Tarantino, Allen, Bertolucci, mas... todo mundo vai querer ver o seu filme, da tiazinha do café ao médico ou pesquisador renomado. Pode apostar?!

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Adelante

"Hoje vejo as coisas, diferentes do que vi. Meu ritmo conheço e ando mais sem medo. Duvidei de mim. Tanto quase me perdi. Vou adiante.O amanhã chega agora. Plus vivant que l´amour."

Luiza Possi - Música: Vou adiante


"Estoy aquí de paso. Yo soy un pasajero.No quiero llevarme nada e usar el mundo de cenicero.Estoy aquí sin nombre, sin saber mi paradero. (....) Hay, gente que es de un lugar, no es mi caso. Yo estoy aquí...De paso."

Jorge Drexler - Música: Tres mil millones de latidos

"Save your sermons for someone that's afraid to love. If you knew what I feel then you couldn't be so sure. I'll be right here lying in the hands of God."


Dave Matthews Band - Música: Lying in the hands of God.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Futura coleção de textos

O som da buzina intermitente. Conversas desconexas. A salada custou tanto, o troco é tanto. Som de salto alto. Cheiro de perfume feminino. Cheiro de perfume masculino. Diversidade. Emos. Indies. Gays. Lésbicas. Adolescentes. Senhoras. Cachorro que faz companhia para o dono, o mendigo, ambos enrolados no mesmo cobertor de lã. Esmola no metrô e ninguém dá.Gente correndo em escada rolante. Multidão esbarrando na gente. Vuco, vuco. Fumaça. Tempo frio e nublado. Homens de terno. Mulheres de saia e meia calça. Coque no cabelo. Lenço.Táxis. Semáforo. Correria.

Tudo isso é gente que coleciona dinheiro. Quero colecionar também. Mas, de verdade, prefiro, textos.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Rala, fia!

Já sabia o que queria fazer pelo "resto da vida" no 1º ano do Ensino Médio. As opções eram Jornalismo ou Medicina Veterinária, mas escolhi a primeira alternativa, depois de fazer vários testes vocacionais na internet, até fui ao psicólogo da escola. É, sou neurada desde sempre. No primeiro ano da faculdade, já saquei que queria dar aula, tornar os artigos científicos mais "cools". As pessoas confundem escrever difícil, de modo prolixo com ser inteligente. Um texto bem arrendondado, com argumentos estruturados e um repertório rico, pode ter um ritmo legal e ser fácil de ler e compreendido, principalmente quando se escreve com simplicidade, ainda mais para uma classe repleta de futuros jornalistas, que precisam se comunicar- leia-se entender os textos!-.
Depois percebi que não queria me afastar do mercado, porém também não queria as redações, depois da experiência de ter trabalhado em uma redação de televisão.Aí, descobri o mercado web e digo que "estou namorando" com ele. E iniciando minha carreira acadêmica a conta gotas, resolvi fazer primeiro uma pós, para depois fazer o mestrado. E daqui uns cinco anos, pretendo está nas salas de aulas e ainda no mercado dos "social medias".
É isso? A minha vida vai ser essa? É isso mesmo? Às vezes, gostaria de ter muitas incertezas e ficar um tempo sem saber para onde ir, viajar pelo mundo inteiro, aprender diversos idiomas e depois pensar no que fazer da vida. Ou só estudar, sem ter essa pressão de ir trabalhar todo dia, porque todo trabalho é alienante e repressor, pode ser o trabalho mais legal do planeta, mas ele tem um percentual alienante e em alguns casos ditatoriais."Somos podados".

Ei, psiu

Desce daí.... o chão é bem aqui. Muito legal, quem tem essa oportunidade de correr o mundo e depois pensar no que fazer da vida. Mas, desculpa, dona Lígia, você não vive nesse mundo, você não tem dinheiro e nem seus pais. Portanto, tem que ralar, trabalhar, estudar, estudar francês... e se virar nas 24 horas do dia, menos as 9 ou 10 horas dedicadas ao trabalho para se focar aos estudos. E ainda por cima, descolar um tempinho para você, ter que parecer linda no final de semana para a balada e fingir que você tem uma vida social. Mesmo que seja bem fajutinha.

Fase da vida: Rala, fia, rala. Esquece que tens vida social e que precisa de um relacionamento amoroso. Só, rala, fia!